O papel transformador das danças urbanas na vida dos jovens de Santo Ângelo

Refúgio. Empoderamento. Transformação. Autoconhecimento. Consciência. Aceitação. Acolhimento. Educação. Arte. Essas foram algumas das palavras utilizadas por jovens dançarinos de Santo Ângelo para descrever o que a dança representa na vida deles. E ainda assim, todos afirmaram: a dança é muito mais do que isso.

            Santo Ângelo, também conhecida como Capital das Missões, é uma cidade da região noroeste do Rio Grande do Sul, extremamente rica quando o assunto é cultura. Essa cultura começou a ser adquirida muito antes da colonização, com os índios guaranis, primeiros moradores desta terra. Depois, ela se tornou a sétima redução dos Sete Povos das Missões: a redução de Santo Ângelo Custódio (origem de seu nome), destruída durante a Guerra Guaranítica. Quase 100 anos se passaram até iniciar-se o processo de repovoamento da região, quando recebeu imigrantes de diversas partes do mundo, que deixaram suas marcas na cultura do município. Santo Ângelo também foi o ponto de partida da Coluna Prestes, movimento político-militar organizado por Luís Carlos Prestes, que percorreu 25 mil quilômetros do território nacional entre 1925 e 1927.

            Tudo isso faz com que a cidade tenha um imenso patrimônio histórico cultural. Quando falamos em patrimônio cultural, é importante lembrar que este não se resume somente a construções imponentes. Refere-se também ao patrimônio imaterial, isto é, as manifestações artísticas e populares, a identidade de um povo, suas crenças e tradições. “Tudo isso que a gente traz, as heranças dos nossos pais, os valores, tudo que a gente acredita e como a gente se vê no mundo: isso é cultura”, afirma a Secretária de Cultura de Santo Ângelo, Neusa Cavalheiro.

A história do município, que sempre foi marcada pela diversidade cultural, reflete-se no cenário que encontramos hoje: uma grande variedade de artistas e grupos das mais diferentes áreas da arte, entre elas a música, o teatro, o circo, a pintura e, é claro, a dança, que, por sua vez, divide-se em diversas vertentes: clássicas, urbanas, circulares, de salão, entre tantas outras. Em Santo Ângelo, um estilo que se destaca, além das danças tradicionalistas gaúchas, que são predominantes em todo o estado, são as danças urbanas.

As danças urbanas, também conhecidas como street dance (dança de rua, em português), não são um único estilo de dança, conforme explica o dançarino, coreógrafo e diretor da Companhia Discípulos do Ritmo (SP), Frank Ejara – uma das maiores referências em danças urbanas no Brasil. “Quando a gente fala danças urbanas é plural. São várias danças, que fazem parte da mesma árvore ‘biológica’ musical, que vem desde o blues, soul, R&B, funk, até chegar no hip hop, house, disco funk. Danças urbanas é só um termo que engloba essas danças, e cada dança tem sua própria história, sua própria origem”, diz ele.

Ao contrário do que o nome pode sugerir, “dança de rua” não significa que essas danças, necessariamente, são feitas nas ruas, e sim que são inspiradas em quem vive nela, isto é, são manifestações populares de dança, que podem ocorrer em inúmeros locais: festivais, projetos sociais, escolas, universidades e também nas ruas. Ejara conta que nos Estados Unidos, qualquer tipo de dança que não venha da academia, que seja criada e praticada pelo povo, é chamada de street dance. “Então não quer dizer que essas danças são dançadas na rua. Elas são simplesmente do povo”, esclarece.

Origem das danças urbanas

As danças urbanas surgiram nos Estados Unidos, por volta da década de 1930, quando a comunidade negra norte-americana, influenciada pelo sapateado irlandês e por raízes africanas, criou sua própria técnica de percussão com os pés: o chamado tap americano, originando assim o primeiro estilo de street dance. Depois disso, segundo Ejara, o termo street dance só foi reaparecer em 1969, em Los Angeles, na Califórnia, quando surgiu o estilo de dança locking. “O locking deu origem a série, depois vem o popping, breaking, hip hop free style e vários outros estilos de danças que foram aparecendo e surgem até hoje”, afirma o coreógrafo.

No Brasil, a dança de rua chegou em 1984, quando videoclipes e filmes como Beat Street e Breakdance começaram a trazer a street dance para cá. “Quando esses filmes estrearam no Brasil, o país teve acesso a todos esses estilos de dança e a cultura hip hop como um todo. Quando falamos em cultura hip hop é a cultura que tem o rap, que tem o grafite, que tem o MC, o DJ…”, frisa Ejara. Desde então, as danças urbanas vêm evoluindo e se popularizando por aqui.

Apesar de já possuir uma longa história no Brasil, o nome “danças urbanas” só começou a ser utilizado recentemente, por volta de 2006, pelo próprio Ejara, que percebeu a necessidade de substituir a denominação “dança de rua”, pois várias pessoas acabavam tendo uma visão negativa e errada das danças urbanas. “Durante muito tempo se usou esse termo, mas eu percebi que isso atrapalhava em relação ao preconceito. No release da minha companhia de dança eu mudei o termo ‘dança de rua’ para ‘danças urbanas’. Aos poucos, outras pessoas começaram a usá-lo e agora ele é muito mais recorrente do que dança de rua”, explica Ejara.

Portanto, as danças urbanas reúnem estilos de dança variados, cada um com suas próprias características. Isso permite que pessoas de diferentes gostos, origens e personalidades, pratiquem as danças urbanas. Dessa forma, cada um pode se expressar da sua maneira, a partir de suas experiências e do estilo com o qual mais se identifica e se sente melhor.

Grupos de danças urbanas em Santo Ângelo

No município, há três principais grupos de danças urbanas: o Lado B da Rua, da ONG Parceiros do Bem, o Soul Feeling e o Meduzem.

A ideia de fundar o Lado B da Rua surgiu em 2006, quando a professora de matemática e diretora do grupo, Janise Adams, começou a lecionar na Escola Estadual de Ensino Fundamental Madre Catarina Lepori. Ela tinha vontade de criar um grupo de dança há um bom tempo, mas não sabia como tornar esse sonho realidade. Foi quando um amigo indicou que falasse com o coreógrafo e dançarino Cláudio Matzenbacker, mais conhecido como Pano. A princípio, ele participaria apenas de uma aula experimental e a parceria durou dez anos. “Hoje nós temos doze de grupo, mas ele faleceu há dois anos”, conta Janise. Os dois juntos fundaram o grupo de danças urbanas Lado B da Rua, que iniciou as atividades em março de 2007, na escola em que Janise trabalhava e, primeiramente, apenas com estudantes da mesma.

Em setembro de 2009, eles passaram a integrar o programa do Governo Estadual Escola Aberta para a Cidadania, que propõe a abertura das escolas para a comunidade aos finais de semana. Foi quando conseguiram abrir os ensaios para pessoas de fora participarem. No final de 2013, porém, o convênio com o programa foi extinto. “Eu tinha 50 bailarinos, como eu ia chegar para eles e dizer ‘a partir do final de semana que vem não tem mais ensaio’? Não tinha como, foi aí que surgiu a ideia de nós formarmos uma ONG”, relata Janise. Em junho de 2014, quando a parte burocrática foi resolvida, a ONG Parceiros do Bem foi fundada. Em outubro do mesmo ano, ela agregou outros tipos de atividades além do grupo de danças urbanas, entre elas futebol, teatro e a Companhia de Dança, que engloba o jazz, balé e dança contemporânea. A diretora da ONG explica que eles deram outra denominação a esse novo grupo de dança, pois as pessoas da cidade já associavam o nome Lado B da Rua às danças urbanas. “Ficava estranho colocar uma coreografia de balé e anunciar ‘com vocês grupo Lado B da Rua’. Mas tudo é da ONG”, esclarece Janise. Atualmente, o Lado B da Rua, juntamente com a Companhia de Dança, têm aproximadamente 60 dançarinos.


Grupo Lado B da Rua ensaiando para apresentação no Festival Panambi em Dança.

Assim como o Lado B, o Soul Feeling também possui 12 anos de trajetória. O grupo surgiu em 2007, quando o coreógrafo e fundador, Fabiano Airon, começou a dar aula de dança para alunos da Escola Técnica Estadual Presidente Getúlio Vargas. “Eu já dançava há três anos, desde 2004. Só que eu dançava dança contemporânea, o jazz, o balé. Depois de um tempo, comecei a querer me expressar diretamente com as danças urbanas”, conta Airon. Foi então que nasceu o grupo. Apesar de sua experiência anterior como dançarino, ele diz que enfrentou dificuldades no início: “eu emergi em um mundo que eu não conhecia nada, que é de ser líder de uma coisa, totalmente diferente”.

Uma das maiores preocupações de Airon, ao criar o Soul Feeling, era de quebrar o estereótipo que se tem das danças urbanas. “Se tinha uma imagem muito negativa das danças urbanas, até hoje tem isso. Mas eu queria mostrar, através do meu trabalho, não somente em palco, mas também fora, de que sim, a dança urbana poderia ser feita por todo tipo de pessoa”.

Airon buscou dentro do Soul Feeling aliar a questão da educação e disciplina à dança. “A intenção realmente foi essa: colocar um trabalho mais artístico e disciplinado em cima dos palcos, para que pudesse também trabalhar com a educação”. Dessa forma, ele queria mudar a visão das pessoas que pensavam que disciplina só existe em modalidades de danças mais clássicas, como o balé, por exemplo. Atualmente, o Soul Feeling possui aproximadamente 25 alunos e trabalha com o ensino de três modalidades de dança: k-pop, danças urbanas e dança contemporânea. Os três estilos possuem aulas para iniciantes. A dança contemporânea possui também nível intermediário e as danças urbanas, avançado.


Soul Feeling em apresentação na Fenamilho Internacional 2019 (Foto: R.D.F. Films/Divulgação)

Já o grupo de danças urbanas Meduzem é bem recente: surgiu no dia 6 de abril deste ano, apesar dos preparativos terem iniciado antes. A diretora da Meduzem, Lucielly Pires, era professora de uma turma no Soul Feeling, chamada Ladies. Ela diz que quando saiu do grupo, queria continuar com a turma “porque eu sei o quanto as Ladies mudou na vida das outras pessoas”, uma vez que o objetivo dela sempre foi fazer com que todos se sentissem bem para serem quem são, sem julgamentos.

A partir dessa turma, surgiu a ideia de fundar o novo grupo. Lucielly, juntamente com os outros dois coreógrafos e fundadores da Meduzem, Bibiana Aguiar e Luiz Fernando Silva, pensaram em cada detalhe para que o grupo pudesse iniciar as aulas. “A gente ficou um mês só planejando. Planejando as turmas, planejando horários, tudo certinho”, conta Lucielly.

Embora tenham menos de dois meses de funcionamento, o grupo já tem 40 alunos matriculados e possui três turmas: Ladies, Urban Dance e Funk. As Ladies é uma turma de hip hop, mais focado no “femme”, que é mais feminino, apesar de Lucielly não se agradar muito com a denominação: “não gosto de falar desse jeito, porque acredito que não tem dança feminina nem masculina, não tem dança que é para mulher nem para homem”, afirma ela.

A Urban Dance é a turma de hip hop, que é a menor das três, pois eles estão começando a erguer um grupo. A turma de Funk é a que mais tem alunos: são 25 pessoas matriculadas, “quase não está mais cabendo aqui, eu vou ter que fazer uma turma nova”, conta animada Lucielly. Ela diz que todos gostam muito do estilo e quando tem alguma festa, aproveitam para dançar as coreografias ensinadas, o que também ajuda na divulgação do grupo.


Alunos da turma Urban Dance, no ensaio do grupo Meduzem.

O papel social e cultural das danças urbanas

A arte e a cultura, de forma geral, possuem o poder de mexer com as pessoas. São ferramentas capazes de transformar vidas e histórias positivamente. Com a dança (nesse caso, as danças urbanas), não poderia ser diferente. A Secretária de Cultura de Santo Ângelo, Neusa, afirma que os grupos de danças urbanas do município “conseguem tirar muitas pessoas de situações de vulnerabilidade e trazer para algo saudável, para a dança, e mostrar todo esse potencial que eles têm, mostrar toda a cultura das danças urbanas aqui na cidade. Esses grupos fazem isso muito bem. É um desafio grande por se organizarem sozinhos, por se manterem sozinhos. E é incrível esse trabalho de mudança na vida das pessoas”.

A diretora do Lado B, Janise, fala que é difícil ter a real dimensão do papel que os grupos de danças desempenham na vida dos jovens com quem trabalham. “Às vezes as pessoas até dizem ‘vocês não têm noção do valor do que vocês estão fazendo’. E, às vezes, a gente não tem mesmo. Nós resgatamos eles de um mundo muito diferente do que isso aqui é, tanto da rua quanto da frente de um computador, da frente de um celular”, avalia Janise.

Ela conta ainda que vários jovens já chegaram chorando nas aulas de dança, devido aos problemas pessoais que enfrentavam, mas no momento em que estão ensaiando, eles esquecem tudo para fazer o que gostam. Ela relata o caso de uma menina, ex-dançarina do grupo: “a gente gosta muito de fazer roda, sentar no chão e conversar. Um dia ela disse que só estava viva por causa do grupo, por causa da vivência que ela tinha aqui dentro conosco, que o lugar que ela era feliz era aqui. Às vezes, a gente acha que só está conversando, mas o pouquinho que a gente faz por aquela pessoa que está com um problema tão grande, faz muita diferença”.

A diretora da Meduzem, Lucielly, reforça essa sensação de acolhimento que a dança proporciona: “Eu acho que o principal motivo que faz as pessoas entrarem num grupo é elas conseguirem se sentir mais acolhidas, porque na sociedade hoje em dia tem muito preconceito. É preconceito de cor, de gênero, de tudo que é lugar. A dança e a cultura sempre foram um jeito de fugir do mundo real. É aquela portinha igual ‘Alice no País das Maravilhas’. Daqui para cá parece um lugar normal, mas daqui para lá, para muita gente, é um lugar mágico”.

Já o fundador do Soul Feeling, Airon, ressalta que um dos benefícios que a dança traz “é poder trabalhar com os jovens utilizando da disciplina para educá-los, através de uma coisa que para eles é bom”. Além disso, ele destaca a importância da dança como meio de fomentar a consciência social. “A cultura hip hop como um todo tem uma ideologia muito ligada à consciência social. Então, eu acredito que além dessa parte mais de dança, disciplina, arte, sensibilidade, sociabilização, uma lista gigante de coisas que a dança pode beneficiar a quem faz, tem essa parte da consciência também”, diz.

Outro ponto positivo que as danças urbanas proporcionam aos jovens, é que além deles estarem envolvidos com a arte e, ao mesmo tempo, praticando um exercício físico, eles participam de uma atividade em grupo e podem criar laços de amizade, conforme lembra a coreógrafa da Meduzem, Bibiana: “a dança é você conhecer pessoas, é passar por aqueles momentos ali em grupo, isso é muito bom”. Lucielly também comenta sobre esse papel: “a dança é muito importante porque a gente vem aqui e faz amizade”.

 “O que a dança representa na sua vida?”

            Essa era uma das perguntas que fazíamos aos dançarinos e coreógrafos dos três grupos de danças urbanas com os quais conversamos. “Pergunta difícil”, diziam eles de modo unânime, antes de refletir por um momento. Imagine se você fosse questionado sobre o significado de uma das coisas que mais ama na vida. Como explicar algo que, na verdade, é grande parte de quem você é, daquilo que acredita, do que você faz no mundo? Os próprios dançarinos falaram que não conseguiam explicar tudo o que a dança representava para eles, portanto, aqui estão algumas das respostas:

“A dança foi algo transformador na minha vida. Chega a ser leviano falar em palavras assim, sabe? Se eu pudesse mostrar um filme de tudo que eu passei… Eu posso dizer que, para mim, foram essas experiências que eu tive que me transformaram de uma forma positiva. Foi a primeira coisa na minha vida que eu me joguei e obrigatoriamente me deu confiança. De uma hora para outra assim: ‘poxa, eu tenho um compromisso com uma coisa que eu gosto muito’”. Fabiano Airon, fundador e coreógrafo do Soul Feeling.

“O vogue fem [um dos inúmeros estilos de danças urbanas] é uma dança mais sensual, uma dança que preza muito pelo empoderamento, de você se sentir bem independente da sua sexualidade, se você é homem, mulher, hétero ou não. É você se sentir você mesmo. Então é isso que eu trago na minha dança, com o grupo que está aqui. Se a pessoa é gay, lésbica, hétero, se gosta de cabelo colorido… É explorar o estilo e as características de cada um e trazer a sensualidade, a força e a autoestima para fora e botar em cima de um palco para fazer as pessoas se sentirem como a gente está se sentindo. É isso que esse estilo traz e a gente quer transmitir também: empoderamento”. Willian Fernandes, dançarino e coreógrafo do Lado B da Rua.

“Bem no início, dava para dizer que era um hobbie. Mas eu fui me encontrando. A dança faz parte da minha vida há nove anos, faz muito tempo. Eu percebi que eu gosto de todo tipo de dança, ela me faz entrar muito em contato com a arte, eu gosto muito disso. Desde pequena eu dançava nas festinhas, animava as pessoas e isso me faz muito feliz, me faz muito bem. O que representa para mim agora, no momento que eu estou, é muito autoaceitação. Faz ser eu, faz com que eu encontre uma autoestima que por muitos anos eu não tive e isso é uma coisa muito grande”. Bibiana Aguiar, dançarina e coreógrafa da Meduzem.

“Eu vou dizer que a dança foi praticamente um meio de eu conseguir me encontrar, foi o que me deu um norte. Vai fazer 11 anos que eu danço, é uma parte de mim. É difícil falar assim ‘ah, hoje eu tenho aula de dança’, eu falo ‘hoje eu tenho ensaio’, porque é muito vinculado já. É diferente de eu ir jogar bola, por exemplo. É muito mais pessoal, agrega muito mais coisas, porque cria parte da personalidade, é parte da minha personalidade”. Eduardo Nascimento, dançarino e coreógrafo do Soul Feeling.

“A dança representa a minha liberdade e autoaceitação. Eu comecei a dançar com 13 anos, em um período em que sofria muito bullying. Na dança, especificamente no grupo Lado B da Rua, foi onde me encontrei, notei que sou capaz, comecei a acreditar em mim mesma. Dançando me sinto livre, expresso tudo o que sinto. Nunca me senti tão bem fazendo algo como me sinto dançando. Dançar me tranquiliza e descarrega toda a negatividade. Atualmente, faz seis anos que danço, por todo esse amor e dedicação hoje trabalho com o que amo, sou bailarina e coreógrafa de danças urbanas”. Daniela Vargas, dançarina e coreógrafa do Lado B da Rua.

“A dança foi um refúgio onde eu me encontrei, porque eu era uma criança muito quieta, não tinha muitos amigos, e a arte em si, não só a dança, me refugiou. Eu consegui ter amigos ali dentro, eu encontrei uma família, digamos, e eu gostei muito e continuei. Hoje eu não vivo sem dançar. Um minuto da minha vida sem dançar eu já fico triste. Tudo eu faço dançando, tudo eu faço pensando na dança, pensando em futuramente estar trabalhando ainda com isso. Não quero parar e eu amo isso. É tudo para mim. A arte é tudo para mim, não consigo viver sem”. Luiz Fernando Silva, dançarino e coreógrafo da Meduzem.

“Dançar é viver… Ser feliz… Mostrar seus sentimentos através dos movimentos… É respeitar o próximo para também ser respeitado… Pensar… Improvisar… Entender o som… Enfrentar seus limites… Sorrir e chorar… Ter orgulho próprio… Dançar é tudo isso e muito mais”. Cláudio Matzenbacker, o ‘Pano’, coreógrafo e fundador do Lado B da Rua (publicação do Instagram, de 10 de junho de 2014).

Por: Amanda Calegaro Thiel, Julia Fontana Nascimento e Letícia Anchieta de Moura

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